terça-feira, 29 de setembro de 2009

Meninas,

Achando que já era hora de trocar o post, de novo recorro a Silmara, ao seu lindo texto, cujas palavras sempre conseguem me tocar e fazer pensar.

Perguntas da Primavera: SIM OU NÃO?

Qual foi a última vez que você disse não? Mas não em uma frase qualquer, do tipo “Não vi a novela ontem” ou “Você não pode ir brincar lá fora”, nem “Hoje não posso sair com você”. Fáceis demais, essas.
Quero saber é daquele não proclamado em respeito à sua opinião, à sua vontade, aos seus limites. O inesperado não, tomando meio mundo de assombro, quando todos juravam que seria (mais) um sim seu. Um não firme, sem vacilo e, contudo, cheio de carinho (ou nem tanto). O não repleto de coragem e vazio de medo. Nana-ni-na-não, dito com propriedade a alguém que se acostumou demais ao sim. Um não cinematográfico, com direito a um ou mais queixos caídos lhe assistindo. Vale até aquele não de muitos decibéis em plena madrugada, marcando de vez a aurora da sua vida.
Confesse: faz tempo.
O sim é irmão mais velho do não. Irmão de olho azul: a gente insiste em achá-lo mais bonito e mais simpático que o caçula. E o não, que não é o primogênito, nem tem olho claro, nem é tão legal, fica lá, negado num canto da vida. Tímido, demora a entrar em campo, e geralmente só o faz quando a coisa está feia mesmo. E às vezes pode ser tarde. É do tipo que desconhece seu poder, até mostrar que sabe fazer gol, virando o jogo nos quarenta e quatro do segundo tempo. É aquele sujeito que tem umas idéias diferentes, mas que, com jeitinho, aprende a se impor e passa a ser respeitado na roda.
Todo não, assim como todo sim, tem seu preço. A diferença é que o não costuma ser pago à vista, enquanto o sim acaba sendo quitado em prestações, geralmente em mais vezes do que se pretendia. Um costuma ser mais em conta que o outro, embora isso dependa da lógica do mercado, que às vezes não tem lógica alguma.
É o sim quem torna oficial – e presunçosamente eterno – um amor. Mas é o não quem decreta seu fim. O sim é quase uma promessa de vida no coração. O não são as águas de março que fecham o verão. Juntos, os dois movem o mundo.
Na semana ainda na metade, pense na pergunta que a primavera faz. Vale tudo para descobrir com quantos nãos se faz um sim, e quantos sins estão por trás de um bom não. Só para saber qual dos dois irmãos tem tomado mais conta de você. Pelo sim, pelo não."
Quanto a mim, minha mãe sempre nos ensinou (ou tentou), a sermos firme numa e noutra situação. Ela dizia, “minha filha, diga sim, quando for sim e não, quando for não”. Não sei se me fiz entender, mas o que ela quis dizer ra pra não vacilarmos no momento de dizer um “sim” ou um “não”. Porque cada um tem a sua hora, e é importante dizermos ambos com a mente firme e com o coração aberto. Senão, quem mais irá sofre, seremos nós mesmos.
Percebo que a medida que crescemos e envelhecemos temos mais dificuldades em dizer não.
Lembra de quando éramos crianças e que o “não” saia tão facilmente de nossas bocas, para desespero de nossos pais?
Pois é, por mais paradoxal que isso seja, tem horas que devemos voltar a ser crianças justamente para termos coragem de dizer aquele NÃO sonoro, cheio de significados, e que só as crianças tem a ingenuidade de dizer.
E vcs, qual a última vez que disseram aquele NÃO, vindo do fundo da alma, libertador?
bjs
Ivana

domingo, 13 de setembro de 2009

A danadinha e os danadinhos...


Segurar esta menina nao foi facil....
Repouso?
Que nada, ela queria era dancar...
Alegria, ela tem de sobra...
Bebes?
Agora ela tambem tem de sobra....rs
Lutou, chorou, sorriu...
Caiu como todas nos e levantou ainda mais forte.
Nao desistiu...
E venceu!
Certa vez ouvi de alguem que so os nao desistentes sao vencedores.
Regiane e a prova viva disto...
E quantas de nos nao somos tambem?
Mais dois lutadores estao no mundo.
Mais uma maezinha vitoriosa....
Alegria no Blog, bons fluidos vindos do ceu!
E tempo de comemorar!!!
Que a danadinha receba com carinho os danadinhos que Deus mandou para ela e que tenha muita forca, saude e, principalmente, energia:
Porque se os danadinhos puxarem a mae, serao “inseguraveis” e vao dar muito, muito trabalho.
Trabalho que sera muito bem vindo.....rs
Como diz a minha mae, deixe que eles facam suas baguncas – e sinal de que tem saude!
Parabens danadinha Regiane!!
Sua luta compensou!!!
Seus bebes vieram ao mundo com saude e grandoes!
Que Deus abencoe esta familia e que este exemplo fortaleca a todas que ainda estao na luta.


Ana Karina Veiga


Obs.: Peco desculpas pela falta de acentuacao grafica, mas o laptop nao as possui.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Meninas,

Esse texto da Silmara (http://fiodameada.wordpress.com/) é sobre a tristeza, mas, acreditem, não é triste.

Muito pelo contrário, ele fala que a gente tem que ajudar a tristeza a mudar de casa, a ir morar bem longe de nós. Vamos tentar?

bjs e ótimo final de semana


A Tristeza é feia e quer casar


Está no dicionário:
Tristeza: [Do lat. tristitia.] S.f. 1. Qualidade ou estado de triste. 2. Falta de alegria. 3. Pena, desalento, consternação. 4. Aspecto revelador de mágoa ou aflição.

Mas a tristeza, isso a gente sabe, também é quando o olhar desbota, a voz perde a força, o andar fica pesado e impossível. É quando a cabeça não tem fome de nada, saciada no silêncio. Ou ainda: é quando o rio que corre lá dentro da alma transborda e é preciso escoar de algum jeito. E o jeito são as lágrimas.

A tristeza é, na verdade, uma moça. Não muito bonita. Um pouco feia. Ela tem cabelos longuíssimos e sem vida, que cresceram sem que ela percebesse. Há anos estão penteados do mesmo jeito. Sua roupa é bem feita, mas não tem cor. As mãos são mornas, melífluas, de poucos movimentos e sempre vagarosos. Finos e magros, seus pés cabem em qualquer sapato de qualquer tamanho. Sua boca é lilás, como a boca dos mortos. Fala pouco, e quando o faz as palavras já saem vaporizadas, flutuando no ar antes de cairem ao chão, dissolvidas em seus significados.

Apesar disso, a Tristeza mora em uma casa acolhedora, com perfume de baunilha e cortinas rendadas da cor do âmbar. Há sempre música no ar, e ela sempre sabe que música colocar. Na entrada existe um daqueles tapetinhos escrito “bem-vindo”, próximo à porta com uma guirlanda em formato de coração. Ela sabe que receber bem é importante, assim as pessoas ficam.

A Tristeza tem muitos amigos. Mas a Tristeza vive triste, porque eles só a visitam quando as coisas não vão bem, e partem assim que se sentem melhor. O que não faz da Tristeza uma moça solitária. A Tristeza tem sempre uma companhia.

A Tristeza, moça meio sem graça, tem um desejo. A Tristeza quer casar. Quer encontrar um amor. A Tristeza quer ter muitos filhos e, no fundo, não deseja que eles sejam parecidos com ela.

Porque a Tristeza precisa da alegria à sua volta, assim o mundo lhe parece melhor.

Talvez seja como diz aquela canção: “A tristeza tem sempre uma esperança, de um dia não ser mais triste não”.

Tristeza e eu nos encontramos de vez em quando. A última foi quando Léo se foi, ela me pegou

no colo enquanto eu chorava. Léo, em toda sua doçura, por certo já tinha se encontrado com ela naqueles dias, sabendo que não descansaria mais sob a sua jabuticabeira. Os gatos sabem.

Mas a Tristeza. Ela quer casar. Quer encontrar alguém que desalinhe seus cabelos e a faça falar pelos cotovelos. Que a leve para morar numa casa nova. Tristeza se mudará, e não deixará o novo endereço para ninguém. Apenas um recado na porta da velha casa, no lugar da sua guirlanda de coração: ”Tristeza não mora mais aqui“.